27.11.10

Arícia

Nesse sábado de segunda-feira
me veio  do nada a fala da bela Arícia...
Acho que é a beleza do texto de Racine que me fez guardá-lo na memória:
" Meu coração escuta avidamente, mas meu coração é nutrido só de amargura e pranto. Triste joguete de um destino implacável, pode um dia acordar para o amor e seus loucos encantos? Último resto do sangue de um rei fui a única a escapar aos furores da Guerra. Teseu me fez perder meus irmãos, todos na flor dos anos, qualquer esperança de uma casa ilustre. A espada ceifou tudo e a terra úmedecida bebeu com o horror  o sangue desses meus irmãos. Depois da morte deles uma lei infame condena qualquer homem que suspirem. Temem que as cinzas de meus irmãos possam reanimar-se com as labaredas desprendidas por uma paixão.
Com que olhar de desprezo eu olhava o vencedor inclemente.
E como eu também renegava, o amor, até agredecia ao injusto Teseu...
Mas meus olhos...Ah os meus olhos então ainda não tinham pousado em seu filho..."

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